"Terra Madura parte de um rezo, lembrança de um tempo outro trazidos pro agora,esse tempo dos nossos ancestrais.

Antes do encontro com a branquitude, em seus continentes, os nossos ancestrais indígenas, os nossos ancestrais pretos habitavam os Tempos de Ouro, tempos onde havia fartura, sabedoria , onde o divino se encontrava em terra, e a própria terra era cultuada. Não havia a dor, o trauma colonial e o mal branco rondando nossos corpos.
 

Corpo das gentes, um corpo de terra, povos feitos em barro- matéria cavados do solo, coroados e benzidos em dendê urucum e jenipapo e transformados em tintas para contar suas histórias.

Crio pinturas como Estratégias de livramento e respiro para os nossos tempos difíceis, acionando as tecnologias e práticas ancestrais do mito, dos povos, do rezo , banzo, benzimento, e cura , da celebração e festejos , dos nossos lugares de poder e da lembranças dos sonhos que os ancestrais sonharam para nós, porque somos todos parte do sonho, eles nos sonharam e sonharam nossa realidade outra *para nós*.
 

Na memória dos nossos heróis nos recompomos e nos erguemos, não estamos fadados ao fracasso.
 

Se esse tempo existiu ele existe, e Existirá."