

O Afrotonizar.lab é uma plataforma de articulação de encontros que se propõe ao exercício de imaginação política e produção de narrativas descolonizadas. Através da liberação da capacidade criativa, intuitiva e radical, propomos dinâmicas para pensar o mundo além dos moldes de violência que já conhecemos. A proposta é buscar experimentar a construção de poéticas, mergulhar em memórias e expressar artisticamente subjetividade de corpes negres e indígenas.


MISSÃO E VISÃO

Como é possível imaginar futuros a partir da perda? Como restaurar as memórias que liberta a capacidade radical criativa da juventude negra e indígena? Para além do projeto de dor e luto que o arsenal racial colonial que forja as estruturas sociais, quais imagens queremos manifestar para as vidas negras e indígenas? Como produzir uma experiência visual na flecha-do-tempo espiralado que sobrepõem a vida negra em indígenas? Como produzir uma experiência de vida não-linear que possa transbordar os limites da territorialidade?
Na era da representação midiática instantânea, a produção de narrativas que possam dar conta de despertar outros sentidos para além da margem é uma forma de continuar a continuidade da travessia é a intuição. Ao acionarmos a potência do sentir a vida negra e indígena para além da experiência de território, podemos forjar outras narrativas para nossas terras-corpos, que não a morte.
O objetivo deste laboratório é justamente permitir a possibilidade do exercício e o experimento da imaginação artística e visual de culturas negras e indígenas, utilizando das ferramentas que surgem do encontro para decodificar tecnologias ancestrais e propor novas imagens de futuros tecidos no tempo encruzilhado.
COMO PRODUZIR TECNOLOGIAS DE INFINITOS A PARTIR DO ENCONTRO?

programa

O Afrotonizar.Lab busca compreender a partir da diferença cultural sem a demarcação da separabilidade moderna construída pela ontologia colonial, a intersecção de olhares e lugares diversos. Buscando pensar para além do tempo linear e a localidade, apostamos em dinâmicas que impulsionem a criação e o fazer artístico de pessoas negres e indígenas.
Nossa programação é dividida em dois momentos, no primeiro convidamos artistas, pensadores, pesquisadores, produtores para o exercício de imaginação política. No segundo momento, oferecemos oficinas de experimentação e produção de narrativas de diferentes linguagens como: fotografia, audiovisual, mapping, realidade virtual, peformance e multidisciplinaridades.
equipe criativa


Naymare Azevedo
Coordenação Geral e Curadoria
Artista indisciplinar, escritora, cineasta e produtora executiva. Mestre em Cultura e Sociedade na UFBA e Gestora de Políticas Públicas pela UFRN. Diretora da AYBÁ produtora, idealizadora do Afrotonizar e coordenadora da MIMB - Mostra Intinerante de Cinemas Negros.




Adu Santos
Produção Criativa e Curadoria
Stephane Souto
Produção Executiva
Iajima Selina
Gestão de Comunicação
Corpa travestigênere, nasceu na cidade de São Paulo e atualmente vive em São Félix. Está bacharelanda em museologia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB. Na devir travessia, manipula multilinguagens em suas feituras de subjetivação e experimentação artística como táticas de enfrentamento contra o mundo implicado. Em 2020 participou da exposição digital coletiva “Fúria Tropical – Desobediência Política” com curadoria da Ué Prazeres para Oyoun Berlin.
Itabunense, especialista MBA em Marketing e Branding (UNIFACS). Graduada em Comunicação Social com habilitação em Rádio e TV pela UESC. Em sua trajetória profissional, transita entre a assistência de produção audiovisual, direção artística, produção cultural e produção de conteúdos e gerenciamento de redes sociais.
pesquisadora afrodiaspórica e profissional da cultura. Graduada em Produção Cultural e mestranda em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia, é também especialista em Gestão Cultural Contemporânea pelo Instituto Itaú cultural. Tem experiência na gestão de espaços culturais, com expertise nas áreas de produção executiva e gestão financeira de projetos culturais. Como estratégia de convergência entre pesquisa acadêmica, atuação profissional e engajamento pessoal, Stéfane tem se dedicado a desenvolver a dissertação “Aquilombamento: um referencial negro para a gestão cultural contemporânea”, pensando a prática da gestão no campo artístico e cultural através de uma perspectiva engajada e ativando tecnologias ancestrais no desenvolvimento de projetos nos quais a experiência dos corpos dissidentes fale em primeira pessoa. Através da Coletiva Denda, atua nas áreas da produção criativa e gestão cultural independente.
colaboradores



Cintia Guedes
Clébson Francisco
Artista Convidada
Artista Convidado
Cíntia Guedes escreve, pesquisa, edita, é artista e professora da Universidade Federal da Bahia, do Instituto de Humanidades Artes e Ciências Professor Milton Santos. Suas pesquisas atravessam o campo multidisciplinar das artes, e abordam a produção de corporeidades e memórias a partir de perspectivas anti-coloniais e afrodiaspóricas.
Pensando em como articular os espaços de troca de saberes e segredos especulativos entre nós.
Clébson Francisco é artista visual multilinguagem, atuando entre as artes visuais, o cinema e a literatura, seja como artista, montador, escritor, pesquisador e curador independente. Se relaciona com questões como arquivo, memória, território, tempo, fragmentação, montagem, anticolonialidade, imagem, escrita, conhecimentos não capturados e ficções visuais. Trabalhando com filmes, técnicas mistas, instalações, vídeos, objetos, costuras, bandeiras e apropriação de material de arquivos históricos. Desde 2015 tem participado de diversas exposições coletivas, além de assinar duas curadorias de coletivas entre 2019 e 2020. No cinema, atua sobretudo como Montagem, e também, roteiro e direção. Tem pesquisado e trabalhado com filmes que articulam relações entre a montagem e as imagens de arquivos. É Diretor Criativo da CASAMATA, uma plataforma expandida focada na produção artística contemporânea e emergente, desenvolvendo projetos e ações voltadas para o campo das artes visuais, cinema, literatura e produção cultural. Mestrando pelo Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais (UFPB/UFPE), Bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal do Ceará e em Realização em Audiovisual pela Escola Pública de Audiovisual Vila das Artes.

Elton Panamby
Artista Convidade
Artista, desensinadore, mãe. Desenvolve trabalhos em múltiplas linguagens ao longo de 12 anos dedicados à pesquisa e criação a partir de limites psicofísicos atrelados a práticas de modificação corporal em experiências rituais, aparições, vultos e visagens. Vem nessa esteira desde a graduação em Artes do Corpo (PUC-SP) até o doutorado em artes concluído em 2017 (PPGARTES-UERJ). Segue suturando na vida após a pós e trilhando caminhos de cura anti-cis-tema em São Luís/MA. Passou a gerar sonoridades como prática poética no/do escuro, principalmente nos últimos 5 anos como tentativa de tanger o invisível. É atravessado por questões raciais e de gênero que transbordam no movimento vivo no mundo, de criar e fazer-se resistência.



Janaína Damasceno
Jota Mombaça
Professora e Curadora Convidada
Artista Convidada
Janaina Damaceno Gomes é Professora Adjunta na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da Uerj, em Duque de Caxias, e uma das fundadoras do FICINE – Fórum Itinerante de Cinema Negro. É doutora em Antropologia pela USP, onde foi orientada pelo professor Kabengele Munanga. Coordena o grupo de pesquisas Afrovisualidades: estéticas e políticas da Imagem Negra, voltado à história visual do negro na África e na diáspora negra.
Artista indisciplinar, vive e trabalha entre Fortaleza e Berlim. Através da performance, da ficção visionária e de estratégias situacionais de produção, pretende ensaiar o fim do mundo, tal como conhecemos, e a figuração do que virá depois que destituirmos a pauta do colonialismo moderno e seu pódio. Trabalha em torno das relações entre monstruosidade e humanidade, estudos queer, diáspora negra, violência e resiliência. justiça descolonial. Jota promove o debate sobre a descolonização e o racismo através de um cruzamento com as dimensões de classe social e de identidade de gênero.

Laryssa Machada
Artista Convidada
Laryssa machada é artista visual, fotógrafa e filmmaker. Nascida em porto alegre – RS, atualmente vive em salvador – BA. Constrói imagens enquanto rituais de descolonização e novas narrativas de corpo-território. Estudou jornalismo, ciências sociais e artes. Seus trabalhos discutem a construção de imagem sobre LGBT's, indígenas, povo da rua.
A ficção do fim já chegou; um dos caminhos passados através das folhas é dobrar tempo-espaço. Partimos do ponto de que a crise é colonial e desejamos ficcionar futuros possíveis. Mas que futuros? Como adiar a queda do céu?
Uma grande jornada; medicina e mistério. O cenário é assustador pra quem não vive ali; a questão é que no nosso tempo cálculo sem fim e sem começo, quem conhece os caules marcados e encontra o caminho dos portais é quem dali ascende. A desinvasão é um movimento de dentro pra fora e fazemos do ritual imagético um ato de evocação.

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Naine Terena
Olinda Yawar
Artista Convidada
Artista Convidada
É natural de Cuiabá, Mato Grosso, indígena da etnia Terena e ativista. Formada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), docente da União das Faculdades Católicas de Mato Grosso, mestre em artes pela UnB e doutora em Educação pela PUC-SP. É empreendedora cultural na Oráculo Comunicação, educação e Cultura. Foi agraciada como Mestre da Cultura de Mato Grosso através do Edital MEstres da Cultura /2020 (Lei Aldir Blanc) e é uma das organizadoras do livro Povos Indígenas no Brasil: Perspectivas no fortalecimento de lutas e combate ao preconceito por meio do audiovisual, e do o Dossiê: "EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA NO SÉCULO XXI: Desafios, especificidades e perspectivas".Abatirá - Revista de Ciências Humanas e Linguagens (dez/2019) (UNEB). curadora independente e assina algumas produções jornalísticas para projetos/veículos de comunicação ambientais e culturais.
Olinda Yawar Wanderley Indígena do povo Tupinambá e Pataxó hãhãhãe, Jornalista, cineasta e ativista ambiental. No final de 2015 apresentou sua obra documental Retomar Para Existir no TCC de Jornalismo. Trabalha como produtora local e assistente de produção, tendo exercido essa função no filme Uma Mulher Uma Aldeia Longa Metragem. Produção: Inspirar Ideias e Ideais, e como assistente de produção no filme Je Suis L’engrais de ma Terre. França/Brasil. DOC Longa Metragem. Produção: Luis Miranda (Paris), ANAI (Salvador Bahia). Em 2018 concluiu seu primeiro longa, Mulheres que Alimentam, participou da Mostra Amotara “Olhares das Mulheres Indígenas” 1 edição como Artista Convidada, Palestrante e Debatedora e Realizadora de obra de Audiovisual exibida na programação, foi produtora da Mostra Paraguaçu de Cinema Indígena 1 edição. Em 2019 foi uma das curadoras do Festival de Cinema Indígena Cine Kurumin 7 edição, Recife e Brasília. Em 2020 concluiu seu primeiro filme ficção Kaapora – O chamado das Matas e o filme Equilíbrio (2020), foi curadora do Cabíria Festival Mulheres e audiovisual. Curadoria, roteiro de série de ficção. (2020).

Ventura Profana
Artista Convidada
Filha das entranhas misteriosas da mãe Bahia, donde artérias de águas vivas sustentam em fé, abunda. Ventura Profana profetiza multiplicação e abundante vida negra, indígena e travesti. Rompe a bruma: erótica, atômica, tomando vermelho como religião. Doutrinada em templos batistas, é pastora missionária, cantora evangelista, escritora, compositora e artista visual, cuja prática está enraizada na pesquisa das implicações e metodologias do deuteronomismo no Brasil e no exterior, através da difusão das igrejas neo-pentecostais. O óleo de margaridas, jibóias e reginas desce possante pelas veredas até inunda-la em desejo: unção. Louva, como o cravar de um punhal lambido de cerol e ferrugem em corações fariseus.



Andressa Núbia
Bruno Zambelli
Facilitadora
Facilitador
Diretora criativa imersiva, atua na interação arte e tecnologia em seus trabalhos para criar novas pluralidades de mundos. Desenvolve pesquisas ligadas ao Afrofuturismo, estéticas cinematográficas africanas e sistemas de conhecimento afro-diaspórico. Atua como curadora de novas tecnologias na rede de educação Gato Mídia. Fundadora da Ailuros, estúdio de criação e produção de conteúdo imersivo-XR.
Em 2019 idealizou a instalação Iroko Afrofuturista, um portal de conexão com a ancestralidade que remixou artes visuais e mapping.
Andressa Nubia também é artista visual da ‘Mostra Afrofuturista Future Focus: Novos Futuros por lentes Africanas’ , que passou por lugares como: Seattle, África do sul , Accra, Cidade do Cabo, Nairóbi e Ghana.
Zamba busca compartilhar suas experiências pela naturalidade da sua própria personalidade, combinando diversas áreas criativas e tudo aquilo que inspira e potencializa o universo criativo dos seus trabalhos. Formado em Design, trabalhou em empresas de TV, produtoras de filmes, estúdio de Design e startups no desenvolvimento de apps mobile.Nos ultimos anos vem trabalhando com a direção criativa do grupo musical ÀTTØØXXÁ. Além disso, se dedica a dois coletivos que tem como objetivo dar viabilidade e visibilidade ao trabalho de pessoas pretas: Muviu, direcionada ao audiovisual e design; e Bonke Music, focada em direção e produção musical. Atualmente faz parte do quadro de diretores da produtora Surreal Hotel Arts que tem base em São Paulo e Nova Iorque.

Kerolayne Kemblin
Facilitadora
Manaura. Artista visual-urbana, arte educadora e empreendedora. O Cotidiano é esse tempo que eu não posso escapar, e por isso tento memorizar em algo tudo aquilo que eu aprendo sobre viver, o tempo, subverter, possibilitar, despertar, através de imagens e afetos. Intenções



Shai Andrade
Thamyra Thâmara
Facilitadora
Facilitadora
28 anos, cresceu em Candeias/Ba, e hoje reside em Salvador. Fotógrafa e artista visual, é Graduanda do Bacharelado Interdisciplinar em Artes com concentração em Audiovisual, na UFBA. Em seu trabalho, documenta e cria movimentada pelas narrativas de existência do negro na afrodiáspora.
Jornalista, roteirista, produtora de narrativas 360• e doutoranda em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF) onde desenvolve pesquisa sobre afrofuturismo, blackness e produção de visualidades anticoloniais. Thamyra é fundadora do GatoMÍDIA, rede e metodologia de aprendizado em mídia e tecnologia para jovens negres e moradores de favelas e periferias de todo o Brasil. Além disso, dirigiu e roteirizou os curtas: ‘Mulheres Negras na Política’ e 'Descolonize o Olhar', exibido na Assembleia Geral da ONU em 2019. E fez parte da sala de roteiro do primeiro documentário em realidade virtual em favela - Na Pele VR, selecionado para o IDFA: International Documentary Filmfestival Amsterdam e SXSW Film Festival .

